Shabat Shalom para todos!
A justificação pela Lei - 1ª parte
Este é um esclarecimento sobre a questão da Lei, pois na maioria das vezes que falamos da Torah, aparecem de imediato os que nos julgam precipitadamente e injustamente de crer e pregar a justificação pela Lei.
Antes de tratarmos deste assunto, cabem algumas perguntas:
Será que o Eterno entregou a Lei para que Israel se justificasse por meio dela?
Será que os que foram salvos na Antiga Aliança foram salvos por causa da Lei?
Será que a Lei tem a capacidade de justificar alguém diante do Eterno?
Será que alguém poderia ter obedecido a Lei a ponto de ser justificado e salvo por ela?
Diante do testemunho das Escrituras, as respostas para estas questões se resumem em uma única palavra: NÃO, NÃO, NÃO e NÃO!!!
Mas, por que o rabino Sha’ul (apóstolo Paulo) combateu a justificação pela Lei?
Bom, se ele combateu é porque isto existia, mesmo contrariando as Escrituras.
Cabe também outra questão: se existia esta atitude, o de querer se justificar pela Lei, onde estaria o erro? Na Lei ou no homem?
Primeiro, devemos saber que, quem deu a Lei para Israel FOI D’US, e não o homem.
E o que é a Lei? São princípios Divinos = Espirituais, manifestos através de práticas estabelecidas pelo Criador, os princípios do Reino de D’us manifestados na Terra.
É o padrão estabelecido por D’us para separar, consagrar e santificar o homem.
Porém, existe um elemento que procede do homem para que sua obediência à Lei o levasse a depender de D’us para ser justificado e salvo pela Graça = A FÉ.
É desta forma que houve salvação na Antiga Aliança.
Mas, o homem tem uma natureza pecaminosa e, além de invalidar a Aliança feita no Sinai por causa de sua desobediência e rebeldia, criou-se um sistema legal farisaico que ostentava uma pseuda-justificação diante de D’us por meio da Lei.
Esse sistema se fortaleceu em Israel e grande parte dos judeus seguia-o, que constava de hábitos/costumes que cercavam a Torah, invalidando-a.
Sendo assim, a Fé de muitos estava alicerçada em dogmas extraídos da Torah, e estes se consideravam “justos” por praticarem tais coisas.
Ou seja, as tais "obras da lei" seria a crença de que podemos ser justificados imitando os hábitos/costumes de pessoas "santas".
O termo aparece frequentemente no Talmud, porém alguns cristãos alegavam que, como o Talmud é posterior, não havia comprovação de que na época de Yeshua o termo "obras da lei" já fosse um termo conhecido em Israel, e referido a atos rabínicos para a justificação por obras.
Porém, uma descoberta arqueológica nas cavernas de Qum'ran colocou totalmente por terra a falsa premissa da maior parte da teologia cristã. Eis um dos fragmentos do mar Morto:
"Agora escrevemos para vós algumas das obras da lei, aquelas que determinamos que fossem ser benéficas a todos...
E deverão ser reconhecidas por vós como justiça, em que vós têm feito o que é correto e bom perante Ele..."
(4QMMT (4Q394-399) Seção C linhas 26b-31).
Aqui vemos os oponentes de Sha'ul saindo das páginas da Nova Aliança e se materializando como figuras históricas: aqueles que criam na justificação pelas mesmas obras da lei.
O texto de Qum'ran é uma prova histórica e clara sobre o termo "obras da lei", sendo um termo teológico conhecido e explorado muito antes da vinda do Messias. Vemos também pelo texto uma alusão ás tradições rabínicas e não aos Mandamentos de D’us.
Grupos como estes tentavam e ensinavam o povo a se justificarem diante de D’us por hábitos/costumes, "as obras da lei" foram a base para as "takanot" (emendas á Torah), feita por rabinos.
A autora judia Tracey Rich, em seu livro "Judaism 101" (o "ABC" do judaísmo), admite na seção em que descreve a lei judaica:
"A Halachá também inclui leis que não se derivam das mitsvot (mandamentos da Torah)... Uma Takaná (lei rabíncia), assim como uma guezeirá (lei de cerca), é tão vigente quanto uma mitsvá da Torah."
Vemos claramente que, ao contrário da falsa alegação cristã, Sha'ul não falava da Torah, mas de um sistema religioso rabínico.
Existe uma profecia de Isaías sobre as "obras da lei": "Assim, pois, a palavra de ADONAI lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem, e se enlacem, e sejam presos.
Ouvi, pois, a palavra de ADONAI, homens escarnecedores que dominais este povo que está em Jerusalém.
Porquanto dizeis: Fizemos concerto com a morte e com o inferno fizemos aliança; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio e debaixo da falsidade nos escondemos." (Isaías 28:13-15).
O historiador Flávio Josefo afirmou que 90% das afiliações sectárias em Israel pertenciam a fariseus e essênios e em ambos os casos, a Torah (Lei de D’us) era uma fração da lei judaica.
Muitos ainda desconhecem que na época do Messias existia um sistema religioso em Israel, que se preocupava mais com a religiosidade do que com a obediência a Torah do Eterno.
Tanto é que o próprio Messias também combateu este sistema, chamando-o de “fermento”.
CONTINUA...
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